Meu docinhos, quero antes de mais pedir-vos desculpa por ter demorado anos a postar aqui outro texto! Espero sinceramente que gostem e que tenham um óptimo ano, com tudo o que desejeram :)

Beijinhos, Fi (L)

P.S.: Gosto muito de vocês, obrigada por continuarem a seguir-me e a aumentar a família, já somos 9!

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O silêncio é tudo por que anseamos quando o dia termina. É o nosso maior desejo, que fazemos mal as nossas energias se esgotam. Afinal, o silêncio é a paz de espiríto. Ou mais do que isso. Ele é a forma de expressão de todas as nossas emoções reprimidas. É o modo como elas se apresentam, para que, quando elas se mostrarem, reflitamos sobre as suas origens e os seus motivos, ainda que, à primeira vista, os desconheçamos. O silêncio é uma procura - uma busca pelo verdadeiro sentido daquilo que nos afecta e que nós não expomos. Porém, nunca o valorizamos, nunca nos apercebemos de aquilo que ele personifica e de aquilo que nos permite (essa preciosa descoberta) e deixamos que ele nos escape por entre os dedos. Então, quando compreendemos a complexidade de algo tão simples, só vamos a tempo de reparar que já perdemos a nossa oportunidade de explorar esse mundo. Portanto, esperamos pelo próximo momento de calma, prometendo, a nós próprios, usufruir dela como gostávamos de ter feito da primeira vez que ela se cruzou connosco. Contudo, a quietude volta e, nós, juntamente com a nossa descontração, permanecemos despreocupados e, assim, outra possibilidade de reflexão nos foge. A verdade é que, infelizmente, o silêncio carrega consigo o enorme peso de um interminável ciclo realmente vicioso. Este mesmo: ele aparece, nós não lhe damos o merecido valor, ele desaparece; juramos que lhe daremos melhor uso, ele retorna, não pomos as nossas promessas em prática, ele esconde-se - e isto repete-se até ao fim dos nossos dias. No entanto, por que razão não somos nós capazes de aprender com estes erros consecutivos? Creio que a nossa habilidade de lidar com os nossos mais secretos e mais ocultos sentimentos é (demasiado) limitada. Não sabemos como gerir a nossa faceta mais profunda, e isso nada nem ninguém nos pode ensinar a fazer. O único remédio é aceitar a realidade. O silêncio é uma arma que não sabemos disparar - e uma que muito jeito nos daria, a todos, para enfrentar os dias cinzentos. Paciência. Efectivamente, não podemos ter tudo.